Toada para uma insurgência invisível

03/05/2019
No mel e no véu das estrelas, o saber escondido
consome o pilar, um doar invisível.
Novamente na cor da terra, retoma o que nunca parou
círculo devoto que está no céu.

Permite aos dejetos de nossas cabeças dissolverem a culpa
esgotando o limite entre o caminho e o abismo.

Permite liberar o que nos decompõe o patíbulo e o que demole o cadafalso,
palitos quebrados e uma bela fogueira para tirar a pele velha da nossa preguiça;

E também permite-nos livrar dos sujeitos que destinam violar em nós o que é mole
e puro.

Já vejo emergir na aurora.

O que está perdido entre rejeitos e sensibilidades, moradas de massa e pensamento
O que constrói, saudade celebrar, que qualidade invocar a vida.
Não deixaremos o pensamento que ruirá nas mãos de ordens invertebradas
que normalidade, nossa não será, debilitando e confundindo.

Pois invisíveis marcamos nosso passo.
Cada coração aberto, cada punho fechado.

Somos a zoada invisível, na porta da madrugada
Sem câmera fria ou cor descascada de cobre em algoritmo.

Lá vemos ruir os templos que afivelam nosso ar.
Jogamos sombra na luz demais que nos cega a cara, imprimindo no escuro
Uma lucidez que anemia a loucura, de não esperar,
fazer passar e fazer salvar

Há tudo, para!

Pois a areia sem medo se apiramída, é um novo dia!

Sem escolha os vértices se alinham e o que é de um lado vaza do outro e novamente compõe-se o espaço.

Novamente erguerá no céu a leveza do novo círculo.

Não desesperance, fugidia cria, pois no mistério já ecoa a retomada

E deixe chorar para não obstruir nos canais o que há de intacto nos rios

Os cílios fecham uma nova lua e o sangue aventra no horizonte,
correndo por entre as frestas, correndo por entre os montes.

Tudo o que parece morte anuncia a vida e tudo o que parece a vida é apenas um inclinar sobre a

E as crias já anoitam, permeiam as esperanças
Se amontoam de corpos cristos que sabem amar e dissolver

Cutucando nossas alegrias e fazendo perder nossas tristezas
Deletérios nos conduzem ao perdão, malgrado seu sono que parece interminável.

E enxergamos no diabo um pobre coitado,
sabendo que a dó é o mais ingrato dos sentimentos.

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